A Fajã da Caldeira de Santo Cristo, localizada no lado norte da ilha, na freguesia da Ribeira Seca, teve origem na sequência de um enorme desabamento de terras, resultante do sismo de 9 de Julho de 1757. A sua lagoa terá sido formada pela erosão do mar e das águas pluviais sobre o desabamento original.
A fajã foi classificada como Reserva Natural Parcial em 1984, baseada em vários critérios, incluindo a sua origem e geologia, bem como devido à presença da amêijoa Tapes decussatus, e em Área Ecológica Especial, em 1989, com vista a salvaguardar a população de amêijoas e manter o equilíbrio ecológico da área.
Antes de 1975, a fajã apresentava uma pequena comunidade de famílias, com escola, posto de correio, posto público de telefone, uma pequena loja, padre, professor e guarda-fiscal. Contudo, devido à emigração, às mudanças político-sociais e ao sismo de 1980, ocorreu uma drástica redução no número de habitantes, tendo atualmente cerca de 10 moradores permanentes.
No Centro da fajã é possível encontrar a Ermida, um local de grande devoção e romarias, construída em 1833 e benzida a 10 de Novembro de 1835, cujo Patrono é o "Senhor Santo Cristo".
Quanto a atividades desportivas, a fajã apresenta águas propícias para a prática de diversos desportos aquáticos, como o surf, o pedestrianismo em caminhos tradicionais ou de montanha, no meio rural, nos interiores e nas faixas costeiras, como é o caso do trilho pedestre da Serra do Topo – Caldeira de Santo Cristo.
A Fajã da Caldeira de Santo Cristo é a mais conhecida da ilha, não só pela existência de amêijoas na sua lagoa, espécie única no Arquipélago dos Açores, mas também pelo seu caracter religioso.
Ana Cardoso – Parque Natural de São Jorge |