A Ribeira Quente corresponde a uma fajã de talude resultante dos deslizamentos da vertente sul do Vulcão das Furnas, muitos deles resultantes das manifestações sísmicas, vulcânicas e fenómenos de liquefação que ciclicamente fustigam a população desta freguesia.
Um dos maiores movimentos de vertentes, que acrescentou muita “terra” à Ribeira Quente ocorreu durante a erupção de 3 de setembro de 1630, na extremidade sul da atual caldeira das Furnas, uma das mais violentas e catastróficas erupções da ilha de São Miguel.
As falésias sobranceiras à freguesia apresentam diversas cicatrizes de deslizamentos de terras, como os que ocorreram na madrugada de 31 de Outubro de 1997 e que provocaram 29 mortes e o soterramento de diversas habitações.
O povoado da Ribeira Quente é constituído por dois lugares: o lugar da Ribeira Quente, propriamente dito que se localiza sobre os depósitos aluvionares pomíticos e traquíticos transportados pela ribeira com o mesmo nome, também conhecida por Ribeira dos Tambores e o lugar do Fogo, no extremo oeste da fajã, onde existe uma aprazível praia aquecida por fumarolas que brotam do fundo do mar.
Devido à sua proximidade ao mar, a Ribeira Quente constitui um importante núcleo piscatório da ilha de São Miguel, com grande tradição na pesca do atum e do chicharro, este último dá o nome ao maior festival da freguesia, que ocorre na segunda semana de julho, atraindo milhares de pessoas da ilha e do estrangeiro, nomeadamente os emigrantes da freguesia.
Paulo Garcia - Parque Natural de São Miguel |