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Algas Terrestres Vitor Gonçalves
 
Algas Terrestres
As algas compreendem um vasto conjunto de organismos cujos contornos são de difícil definição. Do ponto de vista taxonómico, as algas são polifiléticas Continua...
Vítor Gonçalves – Biólogo
Professor Auxiliar do Departamento de Biologia, Universidade dos Açores
CIBIO Açores – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos
FRESCO – Azorean Freshwater Ecology Research Group
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Vitor Gonçalves - Biólogo
Professor Auxiliar do Departamento de Biologia, Universidade dos Açores
Algas Marinhas Vídeo
Ana Isabel Neto - Bióloga
Professora Associada com Agregação no Departamento de Biologia,
Universidade dos Açores
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As algas compreendem um vasto conjunto de organismos cujos contornos são de difícil definição. Do ponto de vista taxonómico, as algas são polifiléticas, isto é, constituídas por organismos com diferentes origens, não formando, por isso, um grupo natural. Contrariamente aos grupos monofiléticos, como os Fungos, as Plantas ou os Animais, não existem características definidas para as algas na sua globalidade, estas apenas podem ser enumeradas de forma concreta para cada um dos grupos que as constituem.

Apesar disso, podemos genericamente definir as algas como um conjunto muito diverso de organismos aquáticos fotossintéticos, semelhantes neste aspecto às plantas mas que não têm raiz nem caule nem folhas e que também não têm tecidos vasculares, com uma organização muito simples e processos reprodutivos, geralmente, também simples (os próprios organismos funcionam frequentemente como gâmetas), maioritariamente assexuados.

Conhecem-se cerca de 30000 espécies de algas. Este elevado número de espécies está de acordo com a sua grande dispersão, uma vez que as algas estão presentes em praticamente todos os habitats. No entanto, a maioria das espécies são aquáticas, ocorrendo em águas com variadíssimos graus de salinidade.

Muitas espécies de algas, especialmente algas verdes e diatomáceas, são regularmente encontradas no solo, quer à superfície, quer até considerável profundidade. Algumas algas surgem em locais húmidos (rochas e árvores), outras ocorrem mesmo em rochas expostas a secura prolongada.

Como qualquer outro ser vivo, as algas desempenham um papel importante no funcionamento dos ecossistemas onde se encontram. De entre os inúmeros aspectos que aqui poderiam ser referidos destaca-se a sua importância nas cadeias alimentares aquáticas (a nível global, as algas representam provavelmente mais de metade de toda a produtividade primária terrestre, sendo estimado um valor de cerca de 32,6 * 1016 kcal/ano), a sua contribuição para a manutenção de níveis de oxigénio adequados nos ecossistemas aquáticos, o seu papel na biologia dos solos, as associações com outros organismos, nomeadamente nos líquenes, e a produção de toxinas.

Para além do seu valor intrínseco como ser vivo e dos aspectos ecológicos atrás referidos, as algas possuem um elevado valor económico sendo utilizadas pelo homem para diversos fins. Entre as principais utilizações que o homem faz das algas destacam-se o seu uso na alimentação (fundamentalmente na culinária oriental), na produção de compostos com aplicações industriais (por ex. Alginatos e carragenina na industria alimentar e farmacêutica, diatomito na fabricação de filtros), no tratamento de patologias diversas, na fertilização e condicionamento de solos ou no tratamento de águas residuais.

Vítor Gonçalves – Biólogo
Professor Auxiliar do Departamento de Biologia, Universidade dos Açores
CIBIO Açores – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos
FRESCO – Azorean Freshwater Ecology Research Group