Com as primeiras expedições espeleológicas dos Montanheiros surgem as primeiras amostras das singulares estruturas e formações naturais, que as cavidades vulcânicas das nossas ilhas encerram. Eram alvo de interesse científico e uma forma de suscitar a curiosidade das pessoas, aliciando-as a uma causa que então estava a começar.
Uma após outras, as amostras tornaram-se num conjunto digno de ser exposto. De forma muito rudimentar, em cima de simples prateleiras, em finais dos anos 60 era já uma colecção dinâmica, que na época atraía a visita dos mais curiosos.
Mais expedições e mais trabalho de campo foi sendo realizado, tendo-se criado, na década de 70, um pequeno espaço expositivo. De quando em vez organizavam-se aberturas à população, em que o material era apresentado de uma forma mais cuidada.
Na década de 80, com a primeira sede própria da associação, foi construído um espaço para sala-museu, a que foi atribuído o nome de “Museu Vulcanoespeleológico Machado Fagundes”, numa invocação à memória de um sócio a quem os Montanheiros muito ficaram a dever.
Ao longo do tempo a associação veio a enriquecer esta sua sala-museu com diversas formações, características das grutas e algares, dispersos pelo arquipélago, mas não só, constituindo assim o rico e diversificado espólio de amostras que possui e que permite ao visitante e entendido um melhor conhecimento da geologia destas ilhas.
Tão valioso material, como o que aqui se pode encontrar, justificava um importante investimento no seu acondicionamento e exposição. Cientes dessa importância foi-se, ao longo dos anos, melhorando o espaço museológico e novas exposições foram montadas.
Durante os anos 90, procedeu-se às últimas obras de ampliação da sala-museu, bem como a diversas beneficiações do espaço e estruturas de apoio, transformando-o no actual museu, onde estão representados materiais e estruturas diversas resultantes na génese vulcânica destas ilhs.
É possível encontrar também a representação 3D em maqueta de 6 das 9 ilhas dos Açores, uma xiloteca, uma colecção sobre barros da Terceira, fósseis, um extenso conjunto de fotografias sobre paisagens das ilhas, a representação de áreas protegidas nos Açores e outras curiosidades.
Actualmente é visitado por muitas centenas de curiosos e interessados, nomeadamente grupos escolares. É agora um espaço de acção didáctica junto dos alunos que o frequentam, e que ao mesmo tempo apoia no conhecimento todos os visitantes que acorrem a estas paragens.
Paulo Barcelos
Os Montanheiros
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