O Algar do Carvão está situado na zona central da ilha Terceira, a 583 m de altitude. Foi classificada como “Monumento Natural Regional” dadas as suas peculiaridades vulcanológicas, bem como a sua importância em termos ambientais. A boca do algar dá passagem a uma conduta vertical com cerca de 45 m de desnível. Depois de uma rampa, constituída por um depósito de gravidade, há novo desnível na vertical que termina numa lagoa de águas límpidas, a cerca de 90 m de profundidade relativamente à boca do algar. Esta lagoa, que é alimentada por águas das chuvas, atinge uma profundidade máxima da ordem de 15 m e seca quase completamente no Verão, em anos de pouca precipitação.
A formação de estalactites e estalagmites de sílica amorfa são porventura as estruturas mais exuberantes, raras e belas existentes neste algar e nas cavidades vulcânicas dos Açores. Estas estalactites de cor branca revestem uma parte importante do tecto e das paredes do algar. Sobressai ainda a presença de bolhas de gás, estalactites lávicas cónicas e estalactites de sílica e limonite.
O notável e rico povoamento vegetal que recobre o cone, a sua cratera e uma parte substancial da conduta vulcânica inclui algumas espécies endémicas dos Açores. Há ainda a presença de muitas espécies de animais invertebrados, com realce para a aranha cavernícola Turinyphia cavernicola que apenas ocorre nesta cavidade e outras espécies troglóbias como: Lithobius obscurus azorae, Pseudosinella ashmoleorum, Trechus terceiranus.
De assinalar ainda a presença de várias espécies de briófitos incluídos na Lista Vermelha de Briófitos da Europa (ECCB), como a Alophosia azorica, Calypogeia azorica, e outras.
Paulo Barcelos – Os Montanheiros |