No dia vinte e nove de dezembro de mil novecentos e seis, a Câmara Municipal da Povoação abriu um concurso público com o intuito de construir um sistema de abastecimento de iluminação elétrica para sede do concelho.
Ao concurso acima mencionado, concorreu o Engenheiro Manuel Pacheco Vieira responsável pela criação da Empresa Elétrica da Povoação. Sendo que a dois de março de mil novecentos e sete, foi-lhe adjudicada a concessão do fornecimento de eletricidade para a iluminação pública, como também para a iluminação particular na sede do concelho e na povoação do Vale das Furnas.
Para a execução deste projeto o Engenheiro Manuel Pacheco Vieira, optou pela construção de um aproveitamento hidroelétrico na Ribeira dos Tambores. Em mil novecentos e nove foi inaugurada a central hídrica dos Tambores, a qual foi instalado um grupo com potência de 40 KVA.
Da central hídrica dos Tambores saíam duas linhas de 3 KV. Estas duas linhas foram edificadas com a finalidade de transportar eletricidade para a freguesia das Furnas e para a Vila da Povoação. Face a diversos constrangimentos causados pela edificação da linha de transporte para a Vila da Povoação, foi inaugurado a vinte de julho de mil novecentos e catorze o Serviço Público de Iluminação Elétrica da Vila da Povoação.
Central Hidroelétrica dos Tambores. Freguesia das Furnas
Posteriormente, em mil novecentos e vinte e nove, com o propósito de colmatar questões relacionadas com o consumo de eletricidade resultantes do alargamento da rede de distribuição em todas as localidades do concelho da Povoação, o Engenheiro Manuel Pacheco Vieira ampliou o sistema electroprodutor.
Deste modo foi contruída uma segunda central na Ribeira dos Tambores a qual se designou por Central do Canário (1) com uma potência instalada de 84 KVA.
A central dos Túneis pertencente à Empresa de Eletricidade e Gaz, Lda (EEG) do Engenheiro José Cordeiro e entrou em funcionamento no ano de mil novecentos e cinquenta e um, com um grupo de 1760 KVA.
Esta central foi edificada com a finalidade de se interligar e reforçar o sistema produtor que alimentava a Ribeira Grande, vila Franca do Campo e Ponta Delgada
Atualmente o circuito hídrico da Ribeira Quente é constituído por quatro centrais hídricas, com os respetivos açudes, canais e condutas, são elas central hídrica dos Tambores, central hídrica do Canário (II), central hídrica dos Tuneis e central hídrica Foz da Ribeira.
Central Hidroelétrica do Canário. Freguesia das Furnas
A central hídrica dos Tambores iniciou a sua atividade no ano de mil novecentos e nove mas já sofreu remodelações. Atualmente esta central tem instalada uma turbina do tipo Francis, acoplada a um alternador de 118 KVA de potência e uma queda bruta máxima de 4 m.
A montante desta central a água é armazenada num açude com 1,5 m de altura sendo posteriormente encaminhada para uma câmara de carga, através de um canal com 362 m de comprimento.
A central hídrica do Canário (II) foi construída pela Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) em mil novecentos e noventa. Esta central tem instalada uma turbina do tipo Francis acoplada a um alternador de 500 KVA e uma queda bruta máxima de 24 m.
A água encontra-se armazenada num açude de 1,5 m de altura, sendo que a alimentação para a turbina é realizada ao longo de um canal, de uma câmara de carga e de uma conduta forçada.
No ano de dois mil, a Empresa de Eletricidade e Gaz, Lda (EEG), reestruturou a central hídrica dos Tuneis. Atualmente esta central tem instalada uma turbina do tipo Francis acoplada a um alternador de 2073 KVA de potência e uma queda bruta máxima de 80 m.
Central Hidroelétrica dos Túneis. Freguesia da Ribeira Quente
A água encontra-se armazenada num açude de 3 m de altura sendo a alimentação para a turbina feita através de um canal com 2430 m de comprimento, de uma câmara de carga e de uma conduta forçada.
A construção da central hídrica Foz da Ribeira ficou inteiramente a cargo da Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA).
A central hídrica Foz da Ribeira, constituída por uma turbina do tipo Francis acoplada a um alternador de 1030 KVA e uma queda bruta máxima de 40, entrou em funcionamento no ano de mil novecentos e noventa.
A água encontra-se armazenada num açude de 6 m de altura sendo a alimentação para a turbina feita através de um canal, de uma câmara de carga e de uma conduta forçada.
Central Hidroelétrica da Foz da Ribeira. Freguesia da Ribeira Quente
Para o adequado funcionamento das turbinas, a água deve apresentar-se isenta de detritos (folhas, ramos, terra, etc.), sendo por este motivo que ao longo dos canais e das câmaras de carga existem limpa grelhas destinados a limpar os detritos transportados pela água.
EDA RENOVÁVEIS – GRUPO EDA
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