A energia hídrica caracteriza-se essencialmente pelo aproveitamento de cursos de água cuja energia potencial (associado à altura da queda e ao caudal) seja possível transformar em energia mecânica através de turbinas hidráulicas e por sua vez em energia eléctrica através de alternadores acoplados às mesmas.
O aproveitamento de energia hídrica está normalmente associado a empreendimentos de grandes dimensões, as barragens hidroeléctricas.
A tendência actual e ambientalmente mais correcta, é optar pela instalação de aproveitamentos de energia hídrica mais pequenos, as mini-hídricas, de menor impacte ambiental e onde mais facilmente se introduzem as infraestruturas necessárias na paisagem existente.
Nos Açores não existem grandes bacias hidrográficas com possibilidade de armazenar grandes quantidades de água, pelo que os aproveitamentos hidroeléctricos são explorados a fio de água, ou seja, toda a água que flui na ribeira é imediatamente aproveitada. No entanto, em todos os aproveitamentos é garantido um caudal ecológico.
Dependendo das características dos aproveitamentos, como seja a pressão e o caudal da água à entrada da central, existem diferentes tipos de turbinas, designadamente as Pelton, as Francis e as Kaplan (semelhantes à hélice de um barco).
Aproveitamento Hídrico Típico dos Açores (Mini-Hídricas)
A designação central mini-hídrica generalizou-se em Portugal para designar os aproveitamentos os aproveitamentos hidroeléctricos de potencia inferior a 10 MW. Este limite é geralmente usado internacionalmente como fronteira de separação entre as pequenas e as grandes centrais hidroeléctricas.
No que diz respeito à altura da queda, a classificação habitual é a que se indica na tabela seguinte:
Designação hu(m)
Queda Baixa 2 – 20
Queda Média 20 – 150
Queda Alta <150
Hu (m) – queda útil em metros
A produção de energia eléctrica por via hídrica nos Açores ronda os 29 GWh/ano, o que corresponde sensivelmente à produção de energia eléctrica da ilha de São Jorge. O aproveitamento desta fonte de energia contribuiu com 3,7% do total da energia elétrica produzida nos Açores no ano de 2013.
Esquema de uma Turbina Pelton
1. Entrada de água, 2. Injector, 3. Turbina, 4. Apoios, 5. Gerador
Esquema de uma Turbina Francis
1. Entrada de água, 2. Conduta, 3. Válvula, 4. Caixa em espiral, 5. Ligação ao gerador, 6. Rotor
Actividade
A EDA RENOVÁVEIS, atualmente, tem centrais Hídricas com turbinas Pelton e Francis.
Nome
|
Localização |
Potência
Instalada (kVA) |
Nº de
Turbinas |
Data Entrada
ao Serviço |
Fábrica Nova |
Água d´Alto
São Miguel |
760 |
1/Pelton |
1927 |
Ribeira da Praia |
Água d´Alto
São Miguel |
1000 |
1/Pelton |
1991 |
Tambores |
Furnas
São Miguel |
118 |
1/Francis |
1909 |
Canário |
Furnas
São Miguel |
500 |
1/Francis |
1990 |
Túneis |
Furnas
São Miguel |
2073 |
1/Francis |
2000 |
Foz Rib. Quente |
R. Quente
São Miguel |
1030 |
1/Francis |
1990 |
Salto do Cabrito |
Rib. Grande
São Miguel |
670 |
1/Pelton |
2006 |
Nasce Água |
A. do Heroísmo
Terceira |
900 |
1/Pelton |
1954 |
S. João de Deus |
A. do Heroísmo
Terceira |
560 |
1/Pelton |
1954 |
Cidade |
A. do Heroísmo
Terceira |
330 |
1/Pelton |
1954 |
Varadouro |
Varadouro
Faial |
400 |
1/Pelton |
1961 |
Além Fazenda |
Flores |
1960 |
3/Francis |
1966/1983/2014 |
Total |
Açores |
10301 |
14 |
1909/2014 |
As doze Centrais Hidroeléctricas existentes nos Açores totalizam uma potência instalada de 10301 kVA.
A singular e histórica Central Hídrica da Fajã Redonda que operava desde 1927 encerrou em 2004, tendo dado lugar a um núcleo museológico. As infra-estruturas associadas àquela central, integram agora o Aproveitamento Hidroeléctrico do Salto do Cabrito, com a respetiva Central instalada numa cota inferior.
EDA RENOVÁVEIS – GRUPO EDA
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