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Os líquenes são seres vivos muito simples que se constituem em simbiose, originando um organismo formado por um fungo (o micobionte) e uma alga ou uma cianobactéria (o fotobionte).
Os fotobiontes são muito menos numerosos que os micobiontes, ou seja, a mesma espécie de alga pode fazer parte de vários líquenes diferentes, o que os distingue é sempre o fungo. Podem reproduzir-se assexuadamente, pela germinação de esporos ou sexuadamente quando órgãos masculinos e femininos produzem células masculinas e femininas.
Estão registadas para o Arquipélago dos Açores 788 líquenes e fungos liquenícolas, entre os quais 10 espécies endémicas.
Embora possa haver outras classificações dos líquenes encontrados nos Açores, podem-se distingui-los nos seguintes grandes tipos:
- Líquenes encrustantes, como as Acarosporas, Caloplacas, Diploschistes, Enterographas, Graphis, Propidias e Rhizocarpons, entre outros géneros que vivem sobre o tronco das árvores ou das rochas;
- Líquenes de talo escamoso, que formam pequenas escamas no solo ou na rocha, como as Diploicas, Hypocenomyces, Placidiums e Rinodinas, entre outros;
- Líquenes fruticosos, onde o talo é parecido com um arbusto, como nas Cladonias, Ramalinas, Roccellas, Stereocaulons e Teloschistes, entre outros;
- Líquenes filamentosos, como as Usneas, e;
- Líquenes foliáceos, como as Flavoparmelias, Parmotremas e Hypotrachynas, entre outros.
Sete das espécies de líquenes dos Açores tem a designação de azorica, azoreum ou azoricum, designativa da sua origem, apesar de alguns deles não serem endémicos.
Nem todos os líquenes da flora liquénica dos Açores são encontrados em todas as ilhas. Há ilhas mais ricas do que outras em termos de diversidade de espécies.
Os líquenes encontrados nos Açores, que não endémicos, tem distribuições muito variadas, encontrando-se aqui espécies comuns à flora liquénica africana, europeia, asiática, norte e sul americana, do Árctico, da Oceânia, mas também de ecossistemas específicos como os Alpes ou Pirinéus.
Félix Rodrigues – Universidade dos Açores |
