A ilha do Faial é dominada pelo vulcão central da Caldeira, que culmina a 1043 metros de altitude no Cabeço Gordo, praticamente no Centro da ilha, daí se espraiando em declives suaves.

Pressente-se nas paisagens desta ilha uma íntima cooperação entre o Homem e a Natureza, cuja determinante energia foi moldada no detalhe do ordenamento pela intervenção humana, na forma dos campos e na exploração da terra, nos povoados e nas edificações que conferem à paisagem a impressão dominante de um conforto habitável.

O Vulcão dos Capelinhos, há décadas extinto, apresenta uma paisagem estranha e efémera, sujeita a intensos processos erosivos, cujos principais agentes são o mar, o vento e a água das chuvas.

A costa, geralmente rochosa e pouco alta, é rica em baías e enseadas, com algumas arribas escarpadas e praias de areia escura. A falésia da Praia do Norte, de grande altura, a pique sobre a praia e Baía da Ribeira das Cabras e sobranceira à Fajã, com as suas adegas e casas de veraneio, é um dos pontos em que a costa assume um aspecto majestoso; assim como o Morro de Castelo Branco e a longa falésia contígua, a Norte daquele, sobretudo se valoriza pela iluminação solar alaranjada ao fim do dia, quando observada do Varadouro.

Rui Monteiro e Sílvia Furtado

Fonte: SRAM/ DROTRH (2005). LIVRO DAS PAISAGENS DOS AÇORES
Contributos para a identificação e caracterização das paisagens dos Açores. Ponta Delgada.