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Os filões, também designados de diques, correspondem a fendas ou fraturas preenchidas por magma. Dispõem-se discordantemente em relação às rochas encaixantes, são frequentemente sub-verticais e podem não estar diretamente associados a um edifício vulcânico à superfície. Os filões têm dimensões muito variadas, podendo apresentar uma disjunção colunar horizontal.
Estas estruturas são classificadas como formas subvulcânicas, ou seja, corpos magmáticos intrusivos implantados em profundidade, que, devido a um trabalho erosivo mais ou menos significativo, podem constituir relevos residuais que marcam a paisagem vulcânica, em especial nas regiões onde o vulcanismo está extinto.
Por erosão diferencial dos materiais envolventes, erguem-se abruptamente em relação à região envolvente, formando autênticas "muralhas” rochosas.
Nos vulcões poligenéticos é usual os filões definirem um padrão radial em relação ao Centro do edifício vulcânico, padrão este que nos vulcões mais recentes é evidenciado por alinhamentos de cones secundários.
Nas falésias costeiras do Faial da Terra e da Fajã do Calhau, na ilha de S. Miguel, esta forma subvulcânica domina a paisagem. Observam-se inúmeros filões que representam o sistema de alimentação dos diversos cones de escórias e fissuras eruptivas associadas ao Complexo Vulcânico do Nordeste, de natureza fissural basáltica e o mais antigo da ilha, com cerca de 4 milhões de anos.
Geoparque Açores |
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